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14/10/2020
13/10/2020
Nada sabemos do Amor Transpessoal
Outsider: Você já começou a perceber, enquanto dorme, a ação do imaginal-sensorial, identificando-o como tal? Se ainda não, saiba que isso passa a ocorrer. Esta noite foi a experiência mais forte que já vivi disso: via todas as imagens e sensações ruins durante o sono, via que estava dormindo e que aquilo era a mecanicidade não solicitada do imaginal-sensorial. Tudo era identificado, tudo; inclusive, no próprio sono, identifiquei que aquilo era muito semelhante ao que ocorre no filme A ORIGEM... camadas cada vez mais profundas de observação. Enquanto não existe instalada a observação passiva não reativa (OPNR), somos como sonâmbulos, depois, quando estamos acordados, estamos dentro de um sonho, dormindo dentro de um sonho dentro de outro sonho. Antes da OPNR, nunca questionamos a realidade, mas, agora, sabemos que ainda estamos sonhando; sabemos que ainda não DESPERTAMOS na liberdade de nossa exata natureza incondicionada, que ainda estamos numa espécie de “coma induzido” por nossos condicionamentos. Podemos dizer que, com a instalação da OPNR, quando ela começa a ocorrer por si só, sem qualquer esforço de nossa parte, ela começa a se aprofundar em todos os momentos de nossa vida, produzindo assim um estado em que o próprio sono vai se tornando lúcido.
Num determinado momento do sono,
eu estava num local com várias senhoras que falavam bem de um finado Guru, e eu
lhes disse que elas não tinham observado bem a realidade, enquanto ao mesmo
tempo eu observava que aquilo era parte do sonho que eu estava tendo. Agora o
imaginal-sensorial é visto no instante que surge.
Felipe: Caracas! Está rápido!
O: Ainda fica um
sentimento de peito sufocado, uma espécie de angústia por não saber o real
sentido do dia, visto que não se apresenta nada que toque realmente. Na real, é
percebido que nunca houve nada que tocasse realmente, mesmo no esporte ou sexo,
era apenas EUFORIA. Nunca houve nada em que o AMOR estivesse presente. O esporte
e o sexo, só aplacavam o tédio de modo eufórico, quando acabava, a insatisfação
estava lá. Fica esse sentido da falta de uma percepção superior, a qual
esclareça tudo de vez, e que nos faça INTEGROS. É o que percebo aqui, neste
exato momento.
F: Faz sentido!
O: não havia amor nem no esporte
e nem no sexo, aliás, o esporte era buscado porque o mesmo exaltava nossa
personalidade complexada; era um ambiente onde a personalidade se sentia
superior aos demais. Hoje, sinto-me como um estrangeiro, tanto nesta decadente
sociedade, como dentro de mim mesmo; mas tudo isto é visto não de modo
depressivo, mas com uma certa qualidade de lucidez não reativa. Existe a
percepção de que não há real sentimento por nada, por ninguém, mas isso não é
visto nem com culpa e nem com conformismo.
F: A culpa emerge mesmo!
O: A fase da culpa já passou,
hoje não tenho mais, uma vez que compreendi que isso é a estrutura; se a
estrutura colapsar, essa capacidade de interligação real deve estar ai.
F: A culpa ainda vem subindo
bastante aqui.
O: só observe, e veja que não há
como ser diferente.
F: Sim, faz sentido!
O: Por meio de uma observação não
emotiva, fica fácil perceber que, quem se encontra funcionando por meio da
mente adquirida, não sabe o que é amor, apesar de defender com unhas e dentes, que
sabe o que é o amor, e que ama de verdade.
F: É um pensamento com teor de
culpa apontando o nada; não é fácil, me sinto como se estivesse morrendo.
O: Quando você vê que a grande
maioria não sabe o que é o amor, permanecendo as compartilhada simulação, e percebe
que isso é natural, você passa a querer saber o que é a realidade do amor, a
qual nunca é pessoal.
F: Faz sentido, isso ocorre aqui.
O: fomos condicionados a
acreditar que amor é paixão; as historinhas infantis com seus príncipes e
princesas, as músicas, as novelas e filmes, criaram essa INVERSÃO de percepção
do que é amor e a culpa é esse condicionamento fazendo exigências descabidas da
estrutura. A culpa, o condicionamento e a exigência é tudo a estrutura. Hoje é
fácil perceber que a OPNR nos torna sociáveis, mas não seres amorosos.
F: Parece condicionamento, ideias...
Nem me atrevo querer saber o que é o amor; momento aqui é outro.
O: Acabou isso também de
estipular tempo, pois é visto como mimimi da estrutura. Aliás, quanto mais
ficamos nos eventos sociais, mais conhecemos sobre a estrutura que funciona em
todos que estão no evento; mais vemos com clareza o quanto nada sabemos do amor,
o quanto que alimentamos imagens da sociedade, do outro e de nós mesmos.
F: Sim.
O: Não sou mais responsável em
apontar a estrutura para os que estão no evento, mas me sinto responsável em
sair da estrutura.
F: É bem por aí.
O: Uma vida estruturada nos
condicionamentos sociais e pessoais, não vale a pena ser vivida. Tal mente nada
sabe do amor, só sabe de apego, dependência e busca pela satisfação dos
instintos adulterados. Fomos condicionados a acreditar que o amor está localizado
na tal alma gêmea, com a qual SEREMOS FELIZES PARA SEMPRE. Esse é um dos
maiores condicionamentos, e é ele que mais faz exigências de nós mesmos e dos
demais. O amor não pode ser pontual, setorizado; no pontual, no setorizado,
sempre haverá cálculo autocentrado.
F: É ele mesmo, um amor
condicional, um amor exigente com base no cálculo autocentrado.
O: O fato é; NADA SABEMOS DO AMOR...
Esse é o nosso oco... Sem o amor transpessoal, tudo é vazio, tudo é apego,
dependência, insegurança e ilusória necessidade de controle... tudo é
superficial, banal demais.
F: Isso.
O: Sem o amor real, é inevitável o
forçoso exercício da simulação, do politicamente correto que sustenta nossa compartilhada
hipocrisia.
F: Está claro demais.
O: Sem o amor real, é inevitável
o mal-estar em qualquer lugar que você se encontre.
F: Mas fica claro que não sabemos
nem o que significa... algo do tipo como se soubéssemos, não é?
O: Para nós, o amor é só uma desgastada
palavra, com a qual tentamos apontar algo totalmente diferente do modo que
somos. Você pode deixar de lado a palavra amor... use comunhão, integração,
criação, liberdade, felicidade, compaixão... nada sabemos disso... sabemos o
que não é isso.
F: Saquei: muito claro o que você
vem apontando.
O: Nada sabemos do estado de
incausado bem-estar.
F: Sim, a inquietude se instala
logo que acordamos, até a hora de dormir, isso, quando nos deixa dormir.
O: Sabemos o que é o mal-estar do
qual estamos sempre tentando fugir pelo cigarro, pelo álcool, pelas drogas,
pelos joguinhos, pelos livros, sites e tudo mais que é criado pela estrutura...
O é o estado que dispensa a vivência de tudo isso, é o estado sem fuga, é o
real.
09/10/2020
25/09/2020
23/09/2020
10/09/2020
30/08/2020
29/08/2020
28/08/2020
03/07/2020
02/07/2020
01/07/2020
30/06/2020
29/06/2020
26/06/2020
25/06/2020
21/06/2020
O significado da autossuficiência psíquica
Se você observar bem, constatará que aquilo que chama de educação, nada mais é do que, a transferência do mecanismo do pensamento condicionado. O que ela mais lhe condiciona, é para o domínio de uma técnica qualquer, através da qual você consiga um rentável e seguro emprego, ou possa fazer uso do conhecimento, para a própria satisfação e reconhecimento parental e social, para progredir conforme o padrão de sucesso, condicionado pela propaganda social, política e religiosa. Sendo a primária educação, um processo transgeracional de condicionamento, de modo algum ela pode criar indivíduos fortes, amorosos, integrativos, criativos e psicologicamente autossuficientes.
20/06/2020
19/06/2020
Cruzando a ponte do condicionado vir-a-ser
Como você pode se transformar, produzir a mudança radical do vir-a-ser para Ser? Como você pode conhecer esse estado de Ser, que é virtude e liberdade, se você está no vir-a-ser e, portanto, vive se esforçando, lutando e batalhando consigo mesmo?
Durante anos você foi condicionado para se tornar alguma coisa: para não ser isso, e se tornar aquilo. Como você pode colocar de lado tal condicionamento, e abandonar a luta e apenas Ser?
Quanto mais você luta para conseguir aquilo que condicionou ser retidão, obviamente, tanto mais se fecha em si mesmo, e no isolamento, não existe liberdade.
Portanto, você só pode fazer uma coisa: ficar passiva e penetrantemente consciente, do seu processo de vir-a-ser. Se você é superficial, limitado, dependente e não criativo, precisa estar passivamente consciente dessa inquietante condição de ser, sem lutar para vir a ser algo diferente disso.
No momento em que você luta contra tal condição percebida, dá ainda mais importância ao limitado esforço pessoal e, assim, fortalece o muro de resistência, o qual sua moral condicionada, enxerga como retidão. Mas, para quem é moralista, a verdade nunca chega. A verdade só pode vir para quem é livre, e para você ser livre, não pode cultivar o condicionamento da moral, a qual é tida por retidão.
Portanto, você tem de estar consciente desse constante e sempre limitado esforço pessoal, apenas consciente, sem lutar nem condenar, e se estiver realmente atento, passivamente consciente e em constante vigilância, tranquila e rapidamente, verá cair por terra as condições que causam a limitação, sem qualquer necessidade de esforço de sua parte; você verá surgir a ordem que não é retidão, nem ajustamento e nem isolamento.
A Liberdade que é virtude, não é uma coisa fechada, e é só nela que pode nascer a verdade. Por conseguinte, é essencial ser virtuoso, e não seguir a condicionada moral estabelecida, pois é a virtude que traz a ordem.
O moralista é um ser confuso, está em conflito, desenvolvendo a vontade como meio de resistência, e o moralista conduzido pela vontade, jamais encontrará a verdade, porque nunca está livre. O Ser é que gera a virtude na qual existe liberdade, o Ser é ver, aceitar e viver o que é, sem tentar nenhuma espécie de transformação, nem condenação.
Só quando a mente já não se identifica com a memória psicológica, quando não busca mais a retidão moral como forma de resistência, só então existe liberdade, e com essa liberdade é que vem a realidade, cuja bem-aventurança você tem de experimentar.
Mas o fato é que você, assim como a grande maioria, tem enorme medo de ser livre, medo esse que é uma grande tolice. Liberdade implica inteligência, amor, não-exploração, não-submissão a terceiros e nem a própria vontade pessoal condicionada.
A liberdade implica extraordinária elevação do nível da razão, a qual é virtude. A retidão moral é sempre um processo de ajustamento, de isolamento, visto que o ajustamento, o isolamento e a retidão se completam, enquanto a virtude e a liberdade coexistem.
Você precisa se tornar consciente de que o descondicionamento de seu mecanismo mental e emocional, não é algo a ser alcançado no futuro, mas sim no agora, e se você adiar o descondicionamento para amanhã, atrairá a confusão, estará preso na onda da ansiedade, da inquietude e do sofrimento.
O descondicionamento é agora, e não amanhã, pois a percepção libertária só se dá no presente. Agora você não tem tal qualidade de percepção, porque não coloca todo seu coração, mente e atenção, naquilo que deseja compreender. Se você colocar o coração e a mente para compreender, compreenderá e se libertará de tudo que o limita.
Se você der seu coração e mente para descobrir a exata natureza das suas limitações, se estiver plenamente consciente de sua natureza, desde já você se verá livre e ilimitado.
Infelizmente, você já condicionou tanto a mente com o conteúdo de programações espiritualitas ou religiosas, e com a condicionada moral social, que se tornou incapaz de olhar diretamente, a exata natureza de onde nascem todas suas limitações, e é nisso que está a sua dificuldade.
Sendo assim, a percepção libertária está sempre no presente; nunca no futuro. A percepção libertária é agora, e não nos dias futuros. E a liberdade, que não é isolamento, só pode surgir quando você compreende sua responsabilidade em relação ao todo.
Roteiro adaptado dos ensinamentos de Jiddu Krishnamurti
18/06/2020
17/06/2020
Carecemos de integrativa e criativa Lucidez
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F.: Out, isso é o que está sendo visto aqui. Não tem como negar, nem como não ver.
Out: Isso ocorre não só com você, mas com o resto da humanidade.
F.: Entendi, hoje é bem claro que é isso.
Out: a diferença é que você está vendo e se permitindo SENTIR.
F.: Melancolia é o que é visto e sentido
A.: Sem espontaneidade
Out: Tudo o que fazemos (fora o que é para a real sustentação do corpo), nada mais é do que uma forma de fuga de si mesmo, através de atividades não essenciais. Não conseguimos sentar e, apenas, SER... pois a inquietude não deixa.
F.: sem fuga.
Out: Por causa da constante inquietude, inventamos o que comprar, o que fazer, o que consumir, o que assistir, com quem conversar... tudo, menos, sentar e ser com a inquietude; vamos tentando dar sentido a um modo de ser que é percebido sem sentido, pelo fato de não ser holisticamente sentido.
F.: Eu vejo que o processo permitiu isso: nos deixar com a inquietude. Já não conseguimos mais ler nem assistir nada.
C.: Sim
Out: Não é que não conseguimos... É que não faz mais sentido.
F.: Não faz. mas, não vejo que há o que fazer. Sinceramente, não encontro uma atividade que permita algo de novo; não saímos mais fazendo por fazer.
Out: Chega-se num ponto, em que precisa ocorrer “algo além” do observador.
F.: Tudo se mostra mais do mesmo, portanto, não dá!
Out: Precisamos de uma percepção além do condicionado percebedor, pois é percebido que toda percepção é sempre limitada aos nossos condicionamentos.
F.: É o que é, vero!
Out: Precisamos de algo fora do eu, ou dos “eus” (D-eus); a vinda do que é chamado de “espírito santo” (não adulterado).
F.: Você tem razão e, no momento, temos que ficar com o que se tem.
Out: Precisamos do que chamam de “a salva-ação”, ou seja, a revelação daquilo que tira a ação, da antiga ação que, em última análise, é uma forma de escapismo; algo que coloque a ação em seu real propósito de ser. Fora disso, toda ação não é ação, mas sim, reação; e como já vimos, toda reação é uma ação em ré, portanto, só cristaliza o viver na limitação e na inquietude.
F.: fundo de medo, ansiedade e inquietude; o sentimento gira nisso.
Out: Portanto, sem o que chamamos de "integrativa percepção libertária", permanecemos adictos de um inquietante e incompleto modo de perceber a realidade, atividades, acontecimentos e relações.
F.: A percepção de que o medo toma grande parte.
Out: O medo se dá pela estrutura estar vendo ameaçado, tudo aquilo que ela construiu, de inconsciente e inconsequente, para se proteger, para se autoafirmar como realidade.
F.: isso: autoproteção da imagem.
Out: Mas qualquer coisa feita pela estrutura, neste momento, é outra forma de proteção para se autoafirmar, para se proteger, para se assegurar.
F.: Isso está muito claro, assim como de que não há o que fazer!
Out: só a integrativa percepção libertária, tem o PODER SUPERIOR de tornar nova todas as coisas.
F.: Interessante: nem morrer sou capaz!
Out: O querer morrer, é uma forma de querer se autoafirmar em outro mundo.
F.: Isso está bem claro também: nem morrer para a estrutura.
Out: Isso é a própria estrutura querendo se autoafirmar em algo que ela projeta não ser ela mesma. Isto é XEQUE-MATE!
F.: É!
Out: Vamos subir dois filmes hoje, que mostram bem essa questão. Nossa educação fez de nós seres psicologicamente dependentes, calculistas, separatistas e usuários. Isso fez sentido durante um tempo, e agora, com o esclarecimento de que isso é um modo insano de viver, não faz mais. No entanto, carecemos de LUCIDEZ isenta do cálculo autocentrado e, sem ela, tudo que fazemos, retroalimenta o cálculo e a medição. Portanto, a limitação, o vazio, a total ausência de comunhão. Chegamos com isso, num modo moral de ser... mas a moral, só impede o conflito externo, não tem poder de acabar com o conflito interno, e quando este se amplifica, dá-se a recaída no padrão moral. É preciso algo que nos leve muito mais além da forçosa e titubeante moral. Para chegarmos até o presente modo de perceber a realidade, algo se manifestou em forma de ferramenta depuradora da percepção. Esse algo estava sempre no externo, mas agora, o externo foi percebido como limitante. Agora, o algo tem que ser interno, nisso que somos; fora disso, só perpetuamos o ciclo de ilusão, limitação e sofrimento, tanto para nós, como para os demais que nos cercam.
Carência de liberdade mental e emocional, carência de criativa e integrativa lucidez. Não dá mais para imitar, não dá mais para simular, e não dá mais para fingir acreditar na simulação alheia, pois está tudo desmascarado. A estrutura sempre será insegura, sempre preocupada consigo mesma, sempre intranquila, limitada e imitativa, sempre com fortes tendências de ajustamento, e no ajustamento, não há como ter liberdade expressão. Sem liberdade, é um viver pisando em ovos.
F.: Por aí não dá mais! É só observar, ver como é, como funciona e pronto: Impotência! Não tem o que fazer. E vimos que não tem nem quem faça o que... já tentamos na prática, e não adiantou... Ilusão de controle, de escolha e de decisão.
A: Exatamente! Na mosca!
16/06/2020
15/06/2020
14/06/2020
13/06/2020
12/06/2020
11/06/2020
09/06/2020
08/06/2020
07/06/2020
Não há libertação, sem educação do eu progressivo
O eu progressivo, que não está em perfeita harmonia com o Eterno, acha-se em oposição às condições sociais. Após ter-se harmonizado com o Eterno, aparece como estando ainda em oposição, apesar de estar exprimindo as mais profundas necessidades da sociedade.
Enquanto o eu não estiver em harmonia com o Eterno, esse eu deve estar em conflito com as condições sociais; porém, uma vez que este eu progressivo, tenha atingido a harmonia, visto que possua uma aparência, de estar em conflito com as condições sociais e econômicas do mundo, expressará as mais profundas necessidades da sociedade.
Quando você, como indivíduo, ainda não se acha em harmonia com o Eterno, naturalmente tem que se opor, tem que se achar em conflito, com todas as circunstâncias exteriores. Você estará em revolta, com todas as coisas que superficialmente, lhe forem impostas pela autoridade, pelo medo, e por meio da ambição.
Se você se achar em revolta com essas coisas não-essenciais, que a sociedade, as condições sociais, e que a humanidade lhe impõe, quando essa harmonia com o Eterno for estabelecida, você se achará ainda mais em revolta.
Você, porém, não está ainda em revolta, nem mesmo com as coisas ordinárias! Você se amedronta, não se acha, realmente ansioso. Você se acha ansioso por coisas, que na realidade, não têm nenhuma importância. Você tem se tornado sábio... em coisas infantis.
Temos que criar homens fortes, que estejam em revolta, por se acharem harmonizados com o Eterno, que é algo muito maior e muito mais formoso, do que se achar em revolta por estar em desacordo. Quando você estiver harmonizado, então desejará modificar as pessoas, mudar todas as coisas, então possuirá a chama que arde nitidamente.
Necessitamos de uma dúzia de pessoas, que se achem ardorosas acerca desta coisa, não acerca de seus pequenos deuses e velas, suas particulares e pequenas profissões de fé. A fim de se estar verdadeiramente em revolta, para possuir esse êxtase de propósito, que nasce da harmonia com o Eterno, o eu progressivo precisa estar em revolta com todas as circunstâncias externas, o que significa constante apercebimento, e cautela consigo mesmo.
A vida não tem voz, e essa voz interna, é uma resultante das suas experiências. A vida o deixa progredir solitariamente, em direção à vida, — ao todo. Ela não se preocupa com indivíduos. Não pense que isto seja um dogma cruel. Se a vida se preocupasse consigo, você seria perfeitamente diferente, seria um ser emocional, mental e psicologicamente perfeito. A voz interna é o resultado, o produto da sua experiência, a qual é intuição.
A visão da substância do Eu Eterno, assim como a do sol, não vem como um lampejo, ou passo a passo. O sol não sobe repentinamente ao ponto mais elevado do céu. Assim como a primavera, não vem com toda a sua tenra folhagem, numa explosão. E a treva, não desce subitamente sobre você.
Você quer que essa visão, lhe venha subitamente. Quer que subitamente, ela se revele para você, mas não pode ser desse modo. Ao contrário, é um processo contínuo, incessante — um soerguer de sombra após sombra, um suceder de luz após luz, dor após dor, e prazer após prazer.
Sem olhar ao seu grau de entendimento, seguramente, é somente do eu progressivo que você é consciente, e não do Eu Eterno.
O progresso real começa somente depois de uma completa separação, de todas as coisas não-essenciais, quando o eu progressivo, começa a se retirar para dentro do Eu, o qual está fora do tempo. Você se afasta de todas as coisas não-essenciais, pelo fato de reconhecer a estupidez, a infantilidade de todas essas coisas. Você chega a esse estágio, pelo pensamento, pelo sofrimento, pela pesquisa, pelo estudo, e pelo fato de sentir com profundidade.
Antes de se atingir a libertação, é possível educar o eu progressivo. Depois, não há mais que educar o eu. Ainda lhe digo, mais uma vez, que você alimenta a esperança de encontrar um caminho, em que possa agora, evitar a educação do eu progressivo.
Oh, você não sente ardor nestas coisas!
05/06/2020
04/06/2020
É preciso observar a própria tristeza e a razão do viver
31/05/2020
30/05/2020
28/05/2020
27/05/2020
26/05/2020
24/05/2020
22/05/2020
20/05/2020
Sobre a percepção do oco
C: O que está acontecendo aqui, é como se o oco tivesse fases de tamanho, em relação às buscas e aos condicionamentos. Então ele antes ele era dominantes em relação ao sentimento de oco, então, eu estava sempre buscando ainda, e depois vinha a percepção que que era falso o que buscava, e depois quebrava a cabeça até perceber que isso não tinha nada a ver.
Agora não! Parece que a sensação de oco tomou uma dimensão tão grande que ele ficou dominante e relação às buscas. Então ficou parecendo que só tem o oco! Então, tudo antes quando eu procurava alguma coisa para fazer, aí vinha a observação e me dizia que era falso... agora já nem tem essa observação, para poder vir a percepção de que é falso! Quando estou na busca de qualquer coisa, a percepção do falso já brota assim espontaneamente... É como se eu estivesse de olhos fechados e, ao abri-los, a coisa já está ai! Já está aí! Parece que nem dá tempo para pensar que é falso!
Então isso ai parece que aumenta ainda mais o tédio, então esses dias eu estou sentindo assim, como se o oco tomou conta de tanta coisa, que antes de qualquer coisa que passar na cabeça, já vem o falso junto brotando, e pronto! Não dá pra fazer mais nada, então parece que esse oco aumentou de dimensão mesmo, e ele ficou dominante à relação dessas buscas, em ficar buscando alguma coisa, desejando alguma coisa.
Eu nem sei explicar direito, mas é um vazio assim, é um “ocão” grandão tomando conta de tudo aqui! Mas, mesmo com tudo isso, tem a percepção de lucidez, de poder ver tudo isso, e não ficar louca aí, jogando pedra em avião, sabe? É uma coisa de um “oco lúcido”! Dá pra entender isso?
F: Ontem à noite foi tão interessante a percepção desses impulsos emotivos reativos escapistas, onde eles ficam em espaços muito curtos, pedindo para que eu faça isso ou não faça aquilo; para que eu dê uma volta; para que eu coma algo, etc... Para ver um filme, vai ler! E esse fundo, essa sensação de oco, sempre foi isso!
Eu estou num momento (olha o eu novamente aí!)... Aqui está se manifestando bastante dor de cabeça... muita dor de cabeça, que nem com Neosaldina passa! Bastante dificuldade de dormir, aliás, desde que se instalou o processo aqui... não tem sido nada fácil dormir! (risos)
Mas eu venho percebendo que uma das bombas que joga gente numa espiral ilusória — vamos dizer —, é todo esse conteúdo que vem desse material espiritualista: os textos Ramana Maharshi, Nisargadatta Maharaji, Krishnamurti (e vocês ainda leram muito mais coisas)... Fica uma bomba dentro da gente, não é? Que a gente está aqui nessa sensação de oco, mas a mesma já está sendo percebida, tudo isso está sendo visto! Fica uma bomba do tipo: “Por que que aquilo que eles descrevem não está acontecendo comigo daquele jeito?
E é engraçado ver isso, porque tem todo um contexto cultural, social, outro momento, tudo, tudo, tudo! Você vê que a mente condicionada cria uma “baboseira”, não é?... Tudo pra não ficar com o que tem, não é? Que é esse sentimento de oco! Você pode ir lá comer uma bolachinha salgada pra tentar passar a dor de cabeça, tomar uma água, pra ver se ajuda... Mas o que é está aqui, a sensação do oco está aqui!
É interessante perceber o movimento da mente em direção aquilo (que lemos nos livros), porque ela usa esse pulo do gato pra fugir desse oco e até aumentar esse jogo... A mente fica brincando com isso! Ela quer tirar a gente da vivência dessa sensação de oco. Ela tenta tirar a gente desse oco por meio desses textos desses homens, mas de fato, o que tem é isso: a sensação do oco!
Não estou comisso querendo reclamar da sensação do oco — nem tem mais nada da antiga vitimização —, está tudo aqui! Já não fico mais nessa preocupação se vou dormir ou não, não é mais nada disso!
Deca: O oco está aqui! Ele veio pra ficar; e faça o que fizer — ou não faça —, é tudo dentro do conhecido, dentro dessa mente adquirida.
O oco não é nada mais nada menos do que a abstinência de todos os condicionamentos que a gente teve vida fora. Então, é a falta que sentimos desses condicionamentos, porque, no fundo, a mente quer as coisas que são dela, ela quer vivenciar o conhecido. Então, ela tenta, mas hoje já não dá mais...
Porque o oco veio, chegou se instalou aqui, e agora não tem mais jeito: não tem mais como voltar, pois já foi visto o falso das coisas. Então, não tem nem essa!
É interessante porque, toda sugestão que for dada pra você fazer, é do conhecido, é da mente adquirida, e pra não fazer, também é da mente adquirida!
São sugestões que a própria mente aprendeu dentro do conhecimento adquirido, de todas as literaturas e tal, em que você tem que fazer alguma coisa, ou que você não tem que fazer nada! Isso também acabou sendo um condicionamento.
Então, é um momento aqui em que realmente a mente diz que é de apatia, não é? Por que? Porque é o que ela consegue mensurar, é o que está dentro da limitação dela, então ela diz que é apatia, que já não tem mais aquela euforia dela, aquelas coisas que você dava risada e tal.
Hoje eu fico vendo as coisas que eu dava risada, e vejo que não tem nada a ver! Não tinha graça nenhuma! Mas é o condicionamento do que está estabelecido, então, tudo isso ficou oco mesmo, porque qualquer coisa que você pensa... É a própria mente adquirida querendo tomar o lugar dela de novo, que dizer, o lugar que ela acha que tem, que na verdade não é dela, não é? Ela é uma impostora, ela se apropriou da real natureza e a gente fica aí, tem hora, em que não sabe o que fazer.
Vem também a insatisfação, a solidão, o tédio e tal, em volta desse vazio aí, desse oco, desse grande buraco aí que parece que não tem fim, que não tem fundo. E aí fica só olhando! Só vendo aí o que vem!
Mas hoje é uma coisa muito interessante... porque já não tem aquele sofrimento, não tem mais a identificação, pois ela já é vista logo de cara.
Então, a coisa fica mais leve, não fica tão forte. Mas é um momento interessante, porque mesmo a mente trazendo ali várias situações, mas já não tem mais nada a ver, já não pega, porque você percebe o falso de tudo aquilo, e não tem como, não é?
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